Alimentação e atividades físicas: remédios para o diabetes

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“Eu estava urinando muito durante o dia sem beber tanta água”, conta o servidor do Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro (NEMS-RJ), José Jorge Battinga dos Santos sobre os primeiros sintomas que teve antes de descobrir que estava com diabetes.

Em 2013, na primeira consulta com um especialista, Battinga estava com 300 mg/dl de glicose no sangue, número considerado muito alto e indica o surgimento da doença. O sexagenário e apreciador de doces teve que mudar os hábitos alimentares, em conjunto com a medicação e tratamento.




Segundo estudos, o excesso de urina, chamado na medicina de “poliúria”, é um dos primeiros sinais do diabetes. Isso ocorre porque quando há uma elevada concentração de glicose no sangue (geralmente acima de 180mg/dl) o corpo precisa arranjar meios de eliminar este excesso. Logo, o caminho mais fácil é pelos rins, por meio da urina.

O chefe da Endocrinologia do Hospital Federal da Lagoa (HFL), Sílvio Voscaboinik, explica que o Diabetes Mellitus pode ser classificado em tipo 1 e tipo 2. “O tipo 2 é mais comum em adultos obesos, hipertensos e pessoas com hábitos alimentares ricos em gordura. Seu tratamento é feito por meio de dieta para reeducação alimentar e medicamentos orais. A hereditariedade é um forte indício causador da doença. Já o tipo 1 é mais incidente em crianças e há emagrecimento súbito, sede intensa, fome excessiva e diurese (produção de urina pelo rins). Nesta situação, o uso de insulina é obrigatório e não há história de acometimento familiar na maioria dos casos”.




De acordo com Sílvio, não há ainda prevenção para os casos de diabetes tipo 1 (insulino-dependente). “No entanto, estudos têm mostrado dados otimistas no sentido da reversão do quadro”, comenta. Já para o caso do tipo 2, Sílvio orienta uma dieta equilibrada, exercícios físicos e controle de peso como prevenção e controle.

Alimentação saudável previne o diabetes




O nutricionista Hugo Marques, do Hospital Federal de Ipanema (HFI), lembra da importância de conhecer e seguir as orientações do Guia Alimentar para a População Brasileira, lançado pelo Ministério da Saúde, em 2014, como ferramenta para uma vida saudável. “Todos devemos consumir mais produtos ‘in natura’, minimamente processados, limitando os processados e evitando os ultraprocessados”. O especialista explica esta lógica usando o milho como exemplo: “o ‘in natura’ seria um milho em espiga, o minimamente processado seria o fubá, o processado seria o milho em lata e o ultraprocessado seria um pacote de salgadinho”.

Hugo ressalta que os diabéticos precisam ter uma alimentação regular, a cada três horas para permitir o maior controle da glicose, porque o pâncreas não produz insulina (que controla a glicose) suficiente para o organismo. A insulina auxilia que o açúcar penetre nas células e seja utilizado como fonte de energia. O especialista indica que as refeições devem ser ricas em fibras (hortaliças, frutas, feijão, lentilha, ervilha e cereais integrais, aveia, linhaça, gergelim).




Hugo explica que são aliados dos pacientes com diabetes as frutas secas e as folhas verdes escuras, pois auxiliam no controle da glicose. Ele orienta que o paciente escolha um tipo de carboidrato por refeição (aipim, batata doce, inglesa, macarrão, arroz), evitando misturar mais de um tipo.

Mudança de hábito: exercícios físicos




Exercícios físicos ajudam a prevenir e controlar a doença. Os chefes do Serviço de Fisioterapia do Hospital Federal do Andaraí (HFA), Rogério Tavares, e do Hospital Federal de Ipanema (HFI), Alessandra Marques, recomendam que as pessoas com diabetes realizem exercícios como caminhada, corrida, natação, hidroginástica, ciclismo, dança e ginástica aeróbica de baixo impacto. Entretanto, os especialistas alertam para alguns cuidados.

Para Alessandra Marques, é importante usar uma vestimenta adequada, que permita a troca de calor ente o corpo e o ambiente e uma boa movimentação. “Os calçados devem ser apropriados, escolhidos de acordo com a modalidade da atividade. Os exercícios precisam ser realizados respeitando os limites do corpo. Durante a prática dos exercícios procure se hidratar com frequência, principalmente nos dias quentes”, orienta.




Rogério Tavares complementa que a quantidade ideal de exercícios deve ser individualizada por meio de avaliação médica, respeitando as condições físicas e complicações decorrentes do diabetes. “Alguns exercícios, assim como graus de intensidade, não são recomendados para determinados pacientes, pois podem colocá-los em risco desnecessário.” Rogério enfatiza que a preparação da pessoa com diabetes para um treino seguro é tão ou mais importante que o próprio exercício.

Cuidados específicos e benefícios com a prática de atividades físicas




Devido às complicações nos pés causadas pela doença (pé diabético), as pessoas com diabetes devem tomar medidas de precaução com os pés usando calçados com sistemas de amortecimento para reduzir traumatismos e prevenir lesões. É recomendado medir a taxa de glicose no sangue, antes, durante e após os exercícios.

Os benefícios gerados com a prática de exercícios ao diabético são: “diminuição dos níveis de glicose no sangue; estimulação da produção de insulina; aumento da sensibilidade celular à insulina; aumento da capacidade de captação de glicose pelos músculos; e diminuição da gordura corporal, a qual está relacionada ao diabetes tipo 2”, enumera Rogério.




Á longo prazo, a prática de atividades físicas pelo diabético melhora as funções cardiorrespiratórias, aumento do colesterol bom (HDL), redução do colesterol (LDL), dos triglicérides, da gordura corporal e melhor controle da redução no desenvolvimento de complicações relacionadas às doenças cardiovasculares.

Fonte: ASCOM/RJ/MS




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