Alunos de Psicologia da FAMINAS promoverão atividades em comemoração ao Dia da Luta Antimanicomial
No próxima quarta-feira (15/05), alunos do curso de Psicologia da Faminas de Muriaé promoverão uma atividade em comemoração ao Dia da Luta Antimanicomial (18/05). Esta data representa um marco na luta por uma reformulação na prestação de serviços relacionados à saúde mental, buscando um modelo de atenção psicossocial que valorize o convívio familiar e social.
Programação das atividades:
09:00 às 12:00 horas – Local: Praça do Rosário – Atividades artísticas abertas à comunidade.
– Atividade de pintura livre e pintura em tela – 3º e 7º período
– Atividade musical – 3º período
– Atividade de beleza e cuidados – 1º período
– Apresentação de capoeira – 3º período
19:00 às 21:00 horas – Local: Salão Nobre da Faminas – Roda de Conversa: O estado atual da Reforma Psiquiátrica no Brasil e a rede de atenção à saúde mental. Com a participação:
– Rita de Cássia de Araújo Almeida – Psicóloga, Coordenadora do CAPS Leste de Juiz de Fora
– Maria Edyth Cunha Delage – Psicóloga, Coordenadora dos Serviços Residenciais Terapêuticos de Juiz de Fora
– Ana Ligeiro – Enfermeira, Professora do curso de Enfermagem da Faminas/Muriaé
18 de maio – Dia da Luta Antimanicomial
A data remete à I Conferência Nacional de Saúde Mental, em 1987. Na ocasião, foi elaborado um documento que propunha a reformulação do modelo assistencial em saúde mental e consequente reorganização dos serviços.
No Brasil, a criação dos primeiros manicômios se deu no início do século XIX. Nesse mesmo período os negros haviam sido libertos e muitos deles ficavam pelas ruas à procura de um trabalho. Com a implantação de República Federativa do Brasil, os ditos desocupados e insanos foram recolhidos das ruas, por meio prática higienista, hipócrita e segregadora. Desde sempre a exclusão da saúde mental se deu também pelo viés econômico, pois o louco rico é excêntrico, enquanto o louco pobre muitas vezes é visto como perigo à sociedade.
A partir do final dos anos 80, com o fim da ditadura militar, as reformas sanitária e psiquiátrica ganharam força e transformações começaram a ser operadas nas práticas dos cuidados em saúde mental. De lá pra cá, leis foram criadas para garantia de direitos dessa população, novas possibilidades de tratamento que tivessem como eixo norteador os Direitos Humanos foram implementadas, foram criados os serviços substitutivos, as residências terapêuticas, oficinas de trabalho, oficinas de arte, comunicação e cultura em muitos lugares.
Muitos hospitais psiquiátricos foram transformados ou fechados. Mas hoje ainda é possível encontrar muitos lugares com pessoas portadoras de sofrimento mental mal assistidas, jogadas à própria sorte, nas mãos de serviços com práticas manicomiais, apesar das leis, apesar dos avanços. E as transformações precisam chegar em todos os lugares. É preciso continuar lutando para que as transformações aconteçam.
Fonte: Guia Muriaé, com informações da Interfaces