Anvisa recebe opiniões sobre rotulagem de substâncias alergênicas
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebe, até a próxima segunda-feira (18), opiniões para a consulta pública sobre a obrigatoriedade de descrever nos rótulos das embalagens as substâncias alergênicas de produtos alimentícios. O objetivo é reduzir o número de manifestações alérgicas como urticárias, náuseas e falta de ar.
Na proposta feita pela agência, as indústrias deverão citar o uso de alimentos ou derivados de crustáceos, ovos, peixe, amendoim, soja, leite, castanhas e sulfitos.
Segundo a nutricionista Ana Lúcia Fittipaldi, do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria/Ensp, a medida é importante por permitir o acesso da população a informações que poderão auxiliar os indivíduos na hora de adquirir e consumir itens industrializados: “A indústria manipula alimentos e ingredientes para produzir um novo alimento ou produto alimentício e, nem sempre, fica claro para o consumidor quais ingredientes foram utilizados”.
A iniciativa é complementar à Resolução RDC nº 259/2002, que aprova o regulamento técnico para rotulagem de alimentos embalados, e à Lei nº 10.674/2003, que estabeleceu a obrigatoriedade de informação sobre a presença do glúten em produtos alimentícios comercializados.
A rotulagem das substâncias e ingredientes presentes nos alimentos industrializados também é apoiada por Vera Leça, integrante do Conselho Federal de Nutricionistas, que afirma ser dever da indústria listar a totalidade de ingredientes presentes na formulação do alimento.
Leça alerta, porém, que a medida pode ter pouca utilidade devido ao grande número de substâncias alergênicas e ao fato de afetarem diferentemente os indivíduos. “Algumas pessoas apresentam sensibilidade a determinadas substâncias, e não a outras. A indicação no rótulo de substâncias potencialmente alergênicas seria de utilidade reduzida”, explica.
Reações diferentes
Para evitar problemas decorrentes do contato com substâncias alergênicas, Vera reforça a necessidade de as pessoas conhecerem suas sensibilidades alimentícias. “As reações decorrentes de manifestações alérgicas apresentam gravidade que pode variar de uma simples erupção cutânea até quadros de edema de glote, por exemplo. Pessoas alérgicas devem procurar orientação médica preventiva. Cabe ao indivíduo conhecer e evitar o contato com produtos para os quais tem sensibilidade.”
Segundo Ana Fittipaldi, as manifestações alérgicas acontecem quando o sistema imunológico da pessoa afetada identifica como nociva alguma substância, no caso alimentar, e desencadeia uma série de reações com o objetivo de defender o organismo e eliminar essa substância.
Ana sugere que, em caso de alergia alimentar, a pessoa procure atendimento médico. “Geralmente, os sintomas aparecem cerca de duas horas após a ingestão do alimento. Quem apresentar alguma reação, deve procurar um atendimento médico de emergência. Quem já apresentou os sintomas em outra ocasião deve procurar um alergologista para confirmar a presença da alergia e, se necessário, realizar o tratamento adequado”, orienta a nutricionista.
Para conhecer a proposta da agência e participar da consulta, basta acessar o Portal da Anvisa.
Fonte: Portal Brasil