Coronavírus: policial relata drama para superar doença e alerta população em Muriaé
Alessandro Maximino Silva Freitas, de 43 anos, investigador da Polícia Civil de Minas Gerais, mais conhecido como “Baby”, relatou as dificuldades vividas após contrair o novo coronavírus (Covid-19).
Ele é um dos pacientes que tiveram alta recentemente no Hospital São Paulo. Durante o tratamento, chegou a fazer uso do medicamento cloroquina, que passou a ser indicado nesta quarta-feira (20) pelo Ministério da Saúde até para casos leves da doençaque passou a ser indicado nesta quarta-feira (20) pelo Ministério da Saúde até para casos leves da doença.
Alessandro procurou o GUIA MURIAÉ para contar sua história com a doença e alertar a população sobre os perigos do coronavírus, que já matou mais de 17 mil pessoas no Brasil até esta quarta-feira (20).
O policial ficou preocupado após ver uma série de mensagens nas redes sociais onde moradores da cidade suspeitavam da veracidade da situação da pandemia na região, suspeitando do trabalho da mídia e até mesmo das autoridades.
Muriaé conta hoje com mais de 90 casos confirmados de Covid-19 e já registrou três mortes (grande maioria de pacientes residentes na cidade e pequena parte de moradores de municípios vizinhos atendidos em hospitais locais).
Confira o relato de Alessandro na íntegra:
No dia 30/04 fui internado por suspeita de Covid, com baixa oxigenação no sangue e tossindo demasiadamente.
No dia seguinte, minha oxigenação baixou ao nível 41, menos da metade do aceitável e precisei de oxigênio para melhorar.
Dois dias depois de minha internação, já com oxigênio, e com as medicações que são todas basicamente testadas ainda para tratar do Covid, foi disponibilizado uma UTI móvel no meu quarto, pois os exames de tomografia e raio x, apresentaram piora e veio a confirmação do teste que havia feito, confirmando que eu estava infectado.
Passei mais cinco dias sob observação constante, devido a muita falta de ar, febre e baixa oxigenação no sangue.
Depois de uma semana internado, e do médico ter conversado com minha família, dizendo que tudo o que tinha que ser feito, clinicamente já havia sido feito, tentando preparar minha família para caso eu não suportasse e viesse a óbito.
Consegui suportar, depois de uma semana dessa enfermidade grave, e a partir daí, meus novos exames passaram a apresentar melhoras, porém a medicação e a observação médica persistiram, eu ainda internado no sexto andar do hospital São Paulo, que até então, estava separado para exclusivamente pacientes de Covid.
Mais uma semana de internação se passou e veio minha alta, isso no dia 13/05, na parte da tarde.
Passou o dia 13 e no dia 14/05, acordei passando muito mal, com náuseas e vomitava tudo, o que tinha comido e o que tentava comer.
Ligamos para o médico e passou medicação para enjoo, porém não estava adiantando.
Na madrugada do dia 15/05, retornei ao hospital, com início de convulsão, onde decidiram me internar novamente, sendo novamente encaminhado para o sexto andar, porém passado a parte do dia, fui informado que seria encaminhado para o CTI, e lá ficaria sob observação constante.
Dia 15/05 fui o primeiro paciente exclusivo do CTI, que consegui ouvir dos médicos, que estava sendo fechado o CTI para pacientes exclusivo de suspeita de Covid.
Passei dois dias no CTI, voltei a receber as medicações para combater o Covid, além de medicamentos para combater o enjoo.
Desde minha entrada, até minha alta do CTI, no dia 17/05 na hora do almoço pra ser mais exato, deu entrada primeiro um senhor com um quadro estável, apenas com febre mas por Covid confirmado, depois chegou essa senhora já com o respirador, depois outro senhor com respirador e pouco antes de minha alta, chegou outro senhor por suspeita de Covid, porém estava havendo um questionamento muito grande da necessidade de utilizar o CTI para pacientes com o quadro mais estável, sendo por isso, eu fui encaminhado novamente para o sexto andar, onde continuei a receber o restante da minha medicação e depois de outros exames, tive alta.
Antes de sair do hospital, tive que assinar um termo de responsabilidade de isolamento social em casa e apresentei apenas tontura, sendo dito pelo médico que seria pelo fato da medicação e pelo fato de que todo o tempo que passei internado, fiquei isolado, seja no quarto no sexto andar ou na cama do CTI.
Acrescento que tudo que vivi, foi real e o vírus é muito forte, tanto que mesmo passado quase 20 dias da detecção do Covid-19 em mim, ainda tenho que permanecer em isolamento social por pelo menos mais 8 dias, tendo assinado um termo para cumprir esse isolamento.
Fonte: Guia Muriaé