Introdução de alimentos deve complementar o leite materno e não substituí-lo
Manter o leite materno até os dois anos de idade ou mais é fundamental para fortalecer o sistema imunológico das crianças. Porém, a partir dos seis meses, as necessidades nutricionais já não são mais atendidas apenas com o leite materno, ainda que este continue sendo uma fonte importante de calorias, nutrientes e sais minerais.
É o que explica a nutricionista da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Nathália Beltrão. Ela ressalta que “mesmo recebendo outros alimentos, a criança deve continuar a mamar no peito até os dois anos ou mais, pois o leite materno continua alimentando a criança e protegendo-a contra doenças”.
De acordo com a nutricionista, a introdução dos alimentos complementares deve ser lenta e gradual. “A criança tende a rejeitar as primeiras ofertas do(s) alimentos(s), pois tudo é novo: a colher, a consistência e o sabor. Por isso, são necessárias em média, oito a dez exposições a um novo alimento para que ele seja aceito pela criança”, orienta a nutricionista.
No início da alimentação complementar, os alimentos devem estar bem cozidos e ser amassados com a ajuda de um garfo, atingindo a consistência pastosa como uma papa ou purê. No entanto, Nathália Beltrão esclarece que a “utilização do liquidificador e da peneira é totalmente contraindicada, porque, além da criança estar aprendendo a distinguir a consistência, sabores e cores, alimentos liquidificados não estimulam o ato de mastigação”.
A especialista orienta ainda que a introdução dos alimentos complementares deve respeitar a identidade cultural e alimentar das diversas regiões, resgatando e valorizando os alimentos regionais como frutas, legumes e verduras produzidas localmente. Também não é indicado o consumo de alimentos não nutritivos como refrigerantes, salgadinhos, açúcar, frituras, doces, gelatinas industrializadas, refrescos em pó, temperos prontos, margarinas, achocolatados e outras guloseimas por conter excesso de sódio e corantes que podem provocar problemas de saúde ou, até mesmo, intolerância alimentar.
A nutricionista esclarece que esses alimentos estão associados à anemia, ao excesso de peso e às alergias alimentares. “A criança não deve comer alimentos industrializados, enlatados, embutidos e frituras, pois estes alimentos contêm sal em excesso, aditivos e conservantes artificiais”, avalia Nathália Beltrão.
Fonte: Fernanda Rosa / SES-MG