O estudo destaca o papel crucial das células exterminadoras naturais, conhecidas como NK (Natural Killer Cells), na defesa do organismo contra infecções virais e células tumorais. Os pesquisadores do Memorial Sloan Kettering Cancer Center (MSK
De acordo com os autores do estudo, os tumores absorvem nutrientes essenciais, criando um ambiente hostil, frequentemente rico em lipídios, que prejudica a maioria das células do sistema imunológico. No entanto, o jejum reprograma as células NK para sobreviverem melhor nesse ambiente adverso.
No experimento, ratos com câncer foram submetidos a um jejum de 24 horas duas vezes por semana, podendo se alimentar livremente entre os períodos de jejum. Como resultado, os níveis de glicose nos ratos caíram e os ácidos graxos livres, que servem como fonte alternativa de energia, aumentaram. Este processo levou à reprogramação das células NK no baço dos ratos.
“Durante esses ciclos de jejum, as células NK aprenderam a utilizar os ácidos graxos como fonte alternativa de energia, otimizando a resposta anticancerígena”, explica Rebecca Delconte, principal autora do estudo.
Além de fornecer uma fonte alternativa de energia, o jejum fez com que as células NK migrassem para a medula óssea, onde foram expostas a altos níveis de uma proteína sinalizadora chamada Interleucina 12. Esse processo preparou as células NK para produzir mais citocinas dentro do tumor, melhorando sua capacidade de sobrevivência e especialização em propriedades anticancerígenas.
Os pesquisadores planejam investigar a segurança e a eficácia do jejum em combinação com tratamentos já existentes. Também pretendem identificar medicamentos que possam replicar os efeitos do jejum sem exigir que os pacientes se submetam ao processo.
Uma das alternativas em estudo é a possibilidade de colocar as células NK em jejum fora do corpo e, posteriormente, administrá-las para potencializar os efeitos do tratamento contra o câncer.
A descoberta abre novas perspectivas para o tratamento do câncer, oferecendo uma abordagem inovadora que combina o jejum com a reprogramação celular para fortalecer a resposta imunológica contra tumores.
Fonte: Guia Muriaé, com informações do Terra Immunity / Memorial Sloan Kettering Cancer Center (MSK)