Pesquisa aponta benefícios do exercício físico para idosos
Doutoranda da PUCRS desenvolve projeto de pesquisa pioneiro na modalidade esportiva de orientação aplicada para pessoas com mais de 60 anos
A exercício físico durante a senioridade impacta positivamente no bem-estar dos idosos, melhorando a saúde física e mental, e preservando a autonomia em tarefas do cotidiano, por exemplo. A doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica, da Escola de Medicina, Clarissa Biehl Printes é um exemplo de pesquisadora que se dedica a desenvolver evidências científicas aplicadas ao público idoso.
Sua pesquisa atua por meio da atividade física na área de Gerontologia Preventiva, responsável por unir diferentes áreas de conhecimento e de pesquisa no processo de envelhecimento preventivo, para promover a saúde com prevenção de fatores de risco e doenças crônicas não transmissíveis. O projeto de Clarissa tem orientação do professor Rafael Reimann Baptista e busca avaliar o impacto do exercício físico na função cardiorrespiratória, de força-resistência, no desempenho locomotor, nas funções cognitivas e na qualidade de vida.
“Nesta pesquisa, buscamos valorizar essa área largamente explorada nos países europeus por integrar o exercício físico, a natureza, um ambiente familiar e social saudável, valorizando sua aplicação aos idosos. Temos a certeza de que esse modelo poderá ser seguido por outros pesquisadores e profissionais de educação física, permitindo novos conhecimentos e mais uma Gerontoatividade a ser valorizada e adotada no nosso país”, destaca.
Pesquisa em Orientação aplicada
Clarissa Biehl Printes é educadora física, doutora em Ciências do Esporte pela Universidade de Córdoba, da Espanha. Atualmente, a aluna desenvolve seu segundo doutorado em Envelhecimento devido a linha de pesquisa desenvolvida na PUCRS nesse campo, e forte interesse profissional entre a ciência do exercício clínico e o envelhecimento. A doutoranda explica que o idoso praticante de exercício físico sai em vantagem em relação ao não praticante quanto a sua saúde e anos vividos com saúde e qualidade.
Atualmente, sua tese de doutorado está na 19ª semana, onde idosos realizam um percurso pré-definido na modalidade de Orientação aplicada presencialmente ao ar livre no campus da PUCRS. A pesquisa é pioneira no uso desta modalidade em pesquisa e até outubro serão 24 semanas de atividades de trabalho que consistem em avaliações físicas, biomecânicas, avaliações cognitivas e psicológicas.
O objetivo principal é demonstrar o efeito da modalidade por meio de comparação entre a modalidade de Orientação e Pedestrianismo (caminhada) que acontece no Parque Esportivo também duas vezes por semana, com duas turmas de idosos ativos e um grupo controle (grupo de idosos que servirá como base de comparação para o grupo que recebe o tratamento em teste).
De acordo com Clarissa, essa comparação entre os efeitos de ambas modalidades se faz necessária, pois elas utilizam a caminhada como base, porém a orientação se diferencia pela causa de um efeito direto sobre as habilidades mentais devido ao estresse cognitivo do uso do mapa e orientação no percurso.
Benefícios dos exercícios para os idosos
A doutoranda já evidenciou diversos pontos importantes ao longo do avanço de sua pesquisa e ressalta que a experiência de estudos com o grupo de idosos tem demonstrado componentes que irão influenciar nas decisões de atuação para melhorar a saúde e qualidade de vida dos idosos.
Alguns dos benefícios apontados por Clarissa são a recuperação e o aumento da condição/aptidão cardiorrespiratória com repercussão direta sobre a saúde cardíaca, vascular, respiratória e cerebral. Além da recuperação e aumento da condição/aptidão muscular com repercussão direta sobre a saúde muscular, de prevenção de sarcopenia (perda de massa muscular) e dinapenia (perda de força muscular) com impacto direto sobre a funcionalidade, independência e risco de quedas.
A aluna conta que o exercício físico também tem impacto sobre a saúde óssea, pois combate o desenvolvimento de osteopenia e osteoporose, outro grande problema em saúde pública. Ela pontua também que os efeitos da atividade física no cérebro são protetores por diversos mecanismos fisiológicos no ambiente cerebral, como melhora da integridade vascular cerebral, hormonal, neuronal e outros.
“Assim, a prática constante também influencia positivamente sobre a saúde mental, combate a depressão, ansiedade pelo desencadeamento de uma melhor função de neurotransmissores e hormônios típicos liberados no exercício físico, como beta endorfinas, serotonina, dopamina, esta última importantíssima para combater doenças neurodegenerativas como a doença de Parkinson”, afirma.
Fonte: PUCRS