Risco de morte em casos de afogamento é 200 vezes maior que em acidentes de trânsito

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No primeiro final de semana do ano, somente em Minas Gerais, o número de mortes decorrentes de afogamentos somou sete vítimas. Considerando-se o período entre 31 de dezembro do ano passado e o primeiro domingo deste ano (5), 21 pessoas perderam a vida. Esses dados reforçam o fato de que, se levado em conta o tempo de exposição ao perigo, os afogamentos representam um risco de morte 200 vezes maior que os acidentes de trânsito, segundo alerta da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático.




Estatisticamente, o afogamento aparece como uma das principais causas de morte no Brasil. Em 2011, este tipo de acidente ocupou o segundo lugar entre as causas gerais de óbito entre crianças de um a nove anos de idade. Além disso, é a terceira causa de morte entre crianças e jovens de 10 a 19 anos. Em todo o país, sete mil pessoas morreram em razão de afogamentos, o que representa uma média de 21 mortes por dia. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no mundo, os números são ainda mais impressionantes: 500 mil óbitos anuais, de um total de 10 milhões de afogamentos.

Descuido pode ser fatal




Com uma experiência de mais de três décadas como médico do maior hospital de trauma da América Latina, o pediatra e diretor de Emergências do Hospital João XXIII, da Rede Fhemig, Sílvio Grandinetti Júnior, convive, em todos os verões, com a rotina do atendimento a crianças e adultos vítimas de afogamento. Segundo o médico, o descuido dos responsáveis enquanto as crianças estão, principalmente, em piscinas, mas também em rios, lagos e mares, é uma das principais causas de afogamentos (45% dos motivos).

A curiosidade dos pequenos os predispõe a se colocarem, involuntariamente, em situações que representam perigo. Portanto, a supervisão constante dos adultos é fundamental para a segurança das crianças. Nesses casos, a prevenção reduz em 85% o risco de afogamento.




No que tange aos casos de afogamentos que envolvem adultos, um dos principais fatores que potencializam as chances da ocorrência de acidentes é a ingestão de álcool e/ou outras drogas. Do mesmo modo, quem não sabe nadar e se aventura a entrar na água está se expondo ao risco. O uso de álcool também faz com que o adulto diminua a supervisão sobre as crianças.

O tempo de submersão da vítima de afogamento é determinante. O cérebro resiste a apenas três minutos sem oxigenação. Após esse tempo, a possibilidade de lesões neurológicas é grande. No caso de parada cardíaca, os danos podem ser ainda maiores.




Dicas de prevenção

– Informe-se, com o guarda-vidas, sobre o melhor lugar para o banho;
– Obedeça a sinalização: bandeiras vermelhas indicam alto risco de afogamento;
– Antes de mergulhar, certifique-se da profundidade;
– Mantenha atenção constante às crianças;
– Evite bebidas alcoólicas e alimentos pesados;
– Não superestime sua natação;
– Não tente salvar alguém se você não tem condições;
– Não nade em locais isolados;
– Caso esteja em alguma embarcação, use o colete salva-vidas;
– Em caso de tempestade, permaneça longe da água.




Fonte: Agência Minas




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