Vitiligo é uma doença autoimune e com causa ainda não conhecida

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Hoje, dia 25 de junho, nove anos após a morte do cantor Michael Jackson, é o Dia Mundial do Vitiligo, doença da qual o artista sofria. A data foi escolhida para conscientizar a população sobre a doença.

“Eu sempre tive um sonho de ser modelo ou atriz. Cheguei a passar em um teste para atuar, mas como naquela época não se falava muito no assunto me disseram que minha mancha estava muito evidente, por isso, eu não poderia ficar”.




É assim que a carioca Beth Filippelle, que tem vitiligo desde os 16 anos, descreve a condição da sua pele e fala de como é preciso debater sobre o assunto para que outras pessoas também não tenham seu sonho interrompido. “Eu confesso que sai triste, mas me deu um gás para seguir, aí fui montar meu próprio negócio, até que um dia já cansada, após treze anos de comércio, fui convidada para participar de uma empresa de cosméticos. Foi quando encarei o desafio, mesmo com medo e comecei a cuidar da aparência e passar pelo processo de aceitação”, relata Beth.

Beth aprendeu a superar o vitiligo após o desafio e foi crescendo nesta nova empresa. “Comecei a ser bem reconhecida ganhar premiações, viagens me destaquei bastante e isso me fez muito melhor, fez muito bem meu ego, tanto que nas palestras eu esquecia das manchas porque passei a dar importância ao meu trabalho”, fala.




O vitiligo é uma doença caracterizada pela perda da coloração da pele. As lesões formam-se devido à diminuição ou ausência de melanócitos (as células responsáveis pela formação da melanina, pigmento que dá cor à pele) nos locais afetados. As causas da doença ainda não estão claramente estabelecidas, mas alterações ou traumas emocionais podem estar entre os fatores que desencadeiam ou agravam a doença.

“A doença é caracterizada por lesões cutâneas de hipopigmentação, ou seja, diminuição da cor, com manchas brancas de tamanho variável na pele. O vitiligo não é contagioso e não traz prejuízos a saúde física. As condições emocionais de estresse e traumas podem desencadear o surgimento ou agravamento da doença em determinado momento” explica Eduardo Davi, coordenador substituto do departamento de Atenção Especializada e Temática da Decretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde.




Beth está hoje com 48 anos e adora suas manchas. “Há dois anos eu fiz meu Instagram e comecei a fazer fotografias propositais com as minhas manchas bem aparentes e tive muitas curtidas e comentários. Até que um comentário me chamou atenção, pois uma moça disse que não se aceitava, mas estava feliz por eu me aceitar”, comenta. Foi a partir dali que a carioca começou a idealizar o projeto “Extraordinárias Cores”, que incentiva mulheres com vitiligo a se amarem e se como são por meio da fotografia. “Juntas, mais do que ser diferentes, podemos fazer a diferença”. O projeto tem impactado a vida de muitas mulheres com vitiligo pelo Brasil. Seu foco é o resgate da autoestima. “São mulheres que também tiveram sonhos interrompidos e pela fotografia elas conseguem se ver de uma maneira diferente, sem se preocupar com a manchas”, finalizou.

Diagnóstico




É essencialmente clínico, pois as manchas com pouca pigmentação aparecem geralmente em locais do corpo bem característicos, como boca, nariz, joelhos. O histórico familiar também é considerado. Portanto, se há pessoas na família com a doença, é importante redobrar a atenção. É bom salientar que o diagnóstico deve ser feito por um dermatologista. Ele irá determinar o tipo de vitiligo do paciente, verificar se há alguma doença autoimune associada e indicar o tratamento mais adequado.

Tratamento no SUS




Consiste basicamente em interromper o seu avanço e se possível também, possibilitar repigmentação dessa pele. Quando conduzido de forma adequada a um profissional dermatologista, algumas pessoas que perderam a pigmentação de determinadas partes do corpo podem voltar a ter pigmento. O tratamento consiste na fototerapia com radiação ultravioleta ofertada em todo Brasil.

Prevenção




Não existem formas de prevenção do vitiligo. Como em cerca de 30% dos casos há um histórico familiar da doença, os parentes de indivíduos afetados devem realizar vigilância periódica da pele e recorrer ao dermatologista caso surjam lesões de hipopigmentação, a fim de detectar a doença precocemente e iniciar cedo o tratamento. Em pacientes com diagnóstico de vitiligo, deve-se evitar os fatores que possam precipitar o aparecimento de novas lesões ou acentuar as já existentes. Evitar o uso de roupas apertadas, ou que provoquem atrito ou pressão sobre a pele, e diminuir a exposição ao sol. Controlar o estresse é outra medida.

A origem emocional responde por 30% das doenças na pele.




Fonte: Luíza Tiné / Blog da Saúde




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