Confiança dos micro e pequenos empresários com a economia segue baixa

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A conjuntura da economia brasileira segue afetando a confiança dos micro e pequenos varejistas e prestadores de serviços. O Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário (ICMPE), calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), registrou 38,72 pontos em outubro. Embora o resultado tenha ficado ligeiramente acima do observado em setembro (37,62 pontos), o indicador segue abaixo do nível neutro de 50 pontos. A maior parte dos empresários continua pessimista com o ambiente econômico do país: cerca de 85,88% dos empresários consultados acreditam que as condições econômicas se deterioraram nos últimos seis meses e apenas 31% estão confiantes com o futuro da economia.




O ICMPE é composto mensalmente pelo Indicador de Condições Gerais e o Indicador de Expectativas, com as opiniões dos micro e pequenos empresários nos 27 estados.

Condições da economia e dos negócios são negativas




O Indicador de Condições Gerais mede a percepção do empresário em relação à trajetória da economia e de seu negócio nos últimos seis meses. Em outubro, registrou 23,34 pontos, pouco acima do verificado em setembro, quando o número estava em 22,82 pontos. Apesar da discreta melhora, abaixo dos 50 pontos, o resultado indica que a maior parte dos empresários faz uma avaliação pessimista dos últimos seis meses.

Quando analisada as Condições Gerais da Economia, o indicador marcou 17,30 pontos em outubro, ante 17,36 pontos em setembro. O indicador de Condições Gerais do Negócio sobre os últimos seis meses também é negativo, ainda que mais moderado, com 29,38 pontos, contra 28,28 pontos no mês anterior.




“Os dados evidenciam que a crise econômica é percebida pelos micro e pequenos varejistas e já afeta os negócios”, indica o presidente da CNDL, Honório Pinheiro. “A situação econômica do país ainda não apresentou sinais de recuperação nos últimos meses, e a confluência negativa dos principais indicadores econômicos tem resultado no pessimismo dos empresários.”

Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, os dados apresentam um cenário recessivo e pouco animador para os empresários. “O governo e o mercado preveem uma queda do PIB brasileiro próxima de 3% em 2015 e para o próximo ano ainda não há perspectiva de retomada vigorosa”, analisa.




47% estão confiantes com o futuro do seu negócio

A percepção dos MPEs sobre como serão os próximos seis meses para a economia e para os seus negócios também foi analisada. Em outubro, o Indicador de Expectativas registrou 50,25 pontos, acima dos 48,71 pontos verificados em setembro.




O resultado, porém, foi puxado pelas expectativas sobre os negócios: quase metade dos empresários (47,13%) diz estar confiante com a sua própria empresa. “Como nos meses anteriores, em outubro, o sub-indicador de Expectativas para os Negócios foi o que obteve o resultado mais elevado, com 56,60 pontos”, diz Kawauti. “As expectativas podem estar favorecidas pela proximidade com final de ano, quando as vendas costumam ser maiores.”

Quando são indagados sobre o que acreditam que acontecerá com o faturamento de sua empresa nos próximos seis meses, boa parte dos empresários não contam com quedas: para 41,1%, o faturamento permanecerá no mesmo nível; outros 32,6% acreditam que ele poderá até mesmo crescer e 23,4% acreditam que suas receitas irão cair.




Já o subindicador de Expectativas para a Economia registou 43,90 pontos em outubro. “Mesmo o indicador estando melhor que os 41,28 pontos de setembro, a maior parte dos empresários ainda está pessimista com a trajetória da economia nos próximos seis meses”, diz Kawauti. 47,25% dos empresários manifestaram pessimismo com o futuro da economia; já 25,38% afirmaram que tudo permanecerá como está.

Metodologia




O Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário (ICMPE) leva em consideração 800 empreendimentos do setor comércio varejista e serviços, com até 49 funcionários, nas 27 unidades da federação, incluindo capitais e interior. Quando o indicador vier abaixo de 50, indica que houve percepção de piora por parte dos empresários. A escala do indicador varia de zero a 100. Zero indica a situação limite em que todos os entrevistados consideram que as condições gerais da economia e dos negócios “pioraram muito”; 100 indica a situação limite em que todos os entrevistados consideram que as condições gerais “melhoraram muito”.

Fonte: SPC Brasil / CNDL




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