Polos de moda diversificados ajudam a impulsionar economia mineira

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Em 2011 empresas do setor de vestuário faturaram R$ 1,4 bilhão e geraram 230 mil postos de trabalho em todo o Estado




O setor da moda se consolidou como um dos mais importantes da economia mineira nos últimos anos. Somente em 2011, as mais de 6 mil empresas de vestuário movimentaram cerca de R$ 1,4 bilhão no Estado, gerando emprego e renda para 230 mil mineiros. A previsão para 2012 é que o segmento de roupas fature cerca de R$ 1,7 bilhão, segundo o Sindicato das Indústrias do Vestuário do Estado de Minas Gerais (Sindvest).

O polo de Juruaia, no Sul de Minas, é um exemplo deste avanço. João Carlos Iorio, criado na zona rural do município, inaugurou a confecção de lingerie Lindelucy – a quarta da cidade – em 1991. O juruaiense contava com apenas dois funcionários e duas máquinas na fabricação de peças feita em um pequeno cômodo da sua casa.




“Com o crescimento do empreendimento, adquiri um ponto comercial em 1999 e, posteriormente, aumentei a loja, o que contribuiu para alavancar os resultados”, conta João Carlos. A partir daí, os negócios ganharam um ritmo cada vez maior e, hoje, o empreendedor enfrenta uma realidade bem diferente daquela de 20 anos atrás.

Atualmente, a confecção, alojada em um prédio próprio de 800 m2, emprega 50 funcionários e possui 40 máquinas, capazes de fabricar cerca de 25 mil peças de lingerie por mês, uma média de 300 mil por ano.




A Lindelucy é apenas umas das 160 empresas de lingerie, formais e informais, do polo de Juruaia. Segundo o Censo de 2010, o pequeno município de 9.238 habitantes tem 45% da sua população ligada à produção de roupas íntimas.

“Nosso produto é diferenciado, tanto pela qualidade quanto pelo design”, destaca João Carlos. Ao todo, as confecções da região produzem cerca de 700 mil peças mensais e 8 milhões de peças por ano, o que confere, à cidade, o título de “capital mineira de lingerie”. Os principais mercados são Minas Gerais e São Paulo, ficando uma pequena parcela reservada à exportação.




Polos em ascensão

A moda está enraizada na cultura e economia mineira. Além do Juruaia, o Estado possui diversos outros polos de produção. Ainda no Sul de Minas, Monte Sião se destaca pelo tricô e roupas de inverno e Jacutinga pelas malharias. Esta última, com cerca de 450 lojas de varejo, 1.500 empresas e 2 milhões de peças fabricadas por mês, é responsável por 25% de toda a produção nacional de malhas.




Em Muriaé e São João Nepomuceno, na Zona da Mata, prevalecem a confecção de roupa íntima e a produção de jeans, respectivamente. No Centro-Oeste, o destaque é Divinópolis, que conta com mais de 650 empresas e emprega 11 mil pessoas na produção de moda casual.

As roupas fabricadas nestes polos estão presentes em todos os estados do Brasil e as exportações têm avançado, sobretudo nos segmentos mais sofisticados, como a moda íntima e infantil, que alcançam um público de maior poder aquisitivo.




Segundo o presidente do Sindvest, Michel Aburachid, o setor do vestuário em Minas tem crescido acima da média nacional e se destaca pelos diferenciais dos produtos. “O básico no vestuário a China faz. Nossos produtos são diferenciados, roupas de primeira qualidade, como as que estiveram no Minas Trend Preview”, enaltece Michel.

Ainda segundo Michel, os bons resultados só estão sendo possíveis devido ao apoio do Governo de Minas e da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais. “Somos um dos únicos estados onde o ramo do vestuário está mais equilibrado”, frisa.




No último dia 19, o governador Antonio Anastasia esteve presente no Minas Trend Preview, principal evento de pré-lançamento de moda do país e, na ocasião, destacou a contribuição da moda para a economia mineira. “Esse é um setor muito dinâmico, porque a questão da moda é uma grande cadeia produtiva, que começa na produção do algodão, transformação em fio, depois os tecidos, o design, incluindo todo o comércio e a distribuição”, afirmou.

Moda na capital




Belo Horizonte também possui seu polo de moda, localizado no Barro Preto, região centro-sul da capital. O local está sendo revitalizado para garantir o maior conforto e segurança dos consumidores e, claro, impulsionar os negócios. O projeto prevê o alargamento das calçadas, a instalação de bancos e plantio de árvores.

“Sabemos da importância da região para a economia de Belo Horizonte e de Minas Gerais. Geradora de emprego e renda, a região conta com 3.955 empresas, sendo 1.914 no trecho a ser revitalizado”, afirma o diretor do Conselho do Comitê de Dirigentes Lojistas (CDL) do Barro Preto, Fausto Izac.




Na capital mineira, recentemente, foi também anunciado o investimento privado de R$ 280 milhões para construir o Fashion City Brasil, a ser erguido a quatro quilômetros do Aeroporto de Confins. O complexo terá shoppings especializados, centros de convenções, universidade e hotel.

Desenvolvimento da cadeia produtiva

E a força da moda mineira não está apenas nos números, mas também nos conceitos que são criados. A produção do Estado tem se destacado pelo trabalho manual, no qual as marcas valorizam os bordados e as modelagens diferenciadas das peças. “Usamos da nossa tradição e cultura para fazer o novo”, explica a estilista e diretora de estilo da Vivaz, Camila Faria.

A também estilista e diretora da Sacra Coutture, Marcela Malloy, concorda. “Temos o diferencial de uma mão de obra especializada em trabalhos artesanais. Nossos produtos são muito valorizados tanto no Brasil quanto no exterior, já que chama atenção pela riqueza de detalhes e, principalmente, pela qualidade do acabamento”, argumenta Marcela.

Camila acredita que a moda tem envolvido toda uma cadeia produtiva, despertando a atenção de profissionais de áreas diversas, indo muito além dos designers. “Publicitários, engenheiros, profissionais de comércio exterior e gestores fazem parte deste ramo que se expande cada vez mais”, comenta.

As duas estilistas são mineiras e apresentaram suas novas coleções no Minas Trend Preview, que aconteceu em Belo Horizonte entre os dias 19 e 23 de novembro.

“A moda mineira é influenciada pelo trabalho de bordados, muito bem feitos por sinal e voltada para roupas de festa. Minas Gerais é um território fértil com muitas possibilidades e muitos valores sólidos”, afirma o estilista mineiro Gustavo Lins, que lançou sua primeira coleção no Brasil no Minas Trend Preview deste ano. Gustavo Lins é o único brasileiro membro permanente da Câmara Sindical da Alta Costura Parisiense.

Fonte: Agência Minas

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